sexta-feira, 8 de abril de 2011

INVISIBILIDADE PÚBLICA


Estava lendo uma reportagem interessante e gostaria de passar para reflexão dos amigos. O psicólogo Fernando Braga Costa, varreu as ruas de São Paulo, por trinta dias para concluir sua tese de mestrado da "invisibilidade pública".

Fernando Braga Costa, conta que no período que estava nas ruas, pôde comprovar que as pessoas são vistas pela função que exerce e nunca como pessoas. Leiam algumas citações do filósofo Fernando Braga. " Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência".

''Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão".

O filósofo, conta que na hora do café os garis foram no lixo e pegaram duas latinhas de refrigerantes, cortaram e serviram o café nelas. Ele conta também, que um certo dia, um amigo gari o convidou para almoçar no bandejão central, ele conta que aceitou e foi no Instituto de Psicologia para pegar o dinheiro, passou pelo térreo, subiu escada, passou pelo segundo andar, passou pela biblioteca, desceu a escada, passou em frente ao centro acadêmico, passou em frente a lanchonete. Ele conta que fez todo esse trajeto e ninguém em absoluto o viu.

Acredito que essa matéria nos ajuda a refletir e mudar alguns dos nossos conceitos. Quando  passamos por pessoas simples, trabalhadores braçais, será que nós paramos para comprimentá-los?

A sociedade, principalmente a nossa elite, trata melhor os seus animais de estimação que os nossos cidadãos. Os seus animais tem nomes, salão de beleza, festas de aniversários. Não faço esse comentário sugerindo que os animais sejam maltratados. Mas tomo como exemplo o tratamento que a elite dá aos animais em relação aos cidadãos humildes do nosso país. São tratados como "coisa". Amigos, um cidadão ser ignorado deve ser uma das piores sensações na vida!

Sugiro, que mudemos nossa forma de ver as coisas e as pessoas. Sejamos mais cortêzes com aqueles que merecem ser enxergados.

Passemos a partir de hoje, cumprimentar, abraçar, conversar. Enfim, sejamos mais generosos e humanos com as pessoas mais simples. Que muitas das vezes são desprovidas  de uma vida melhor.

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